Diante dos desafios do mundo corporativo, marcado pela alta tecnologia e competitividade, o desenvolvimento de produtos e serviços de software precisou acompanhar esse ritmo. Para isso, surgiram os métodos ágeis (do inglês Agile Software Development). Como o próprio nome diz, eles envolvem um conjunto de metodologias que servem para acelerar o ritmo dos processos de desenvolvimento de software.
Neste conteúdo, vamos explicar a origem das ferramentas ágeis e apresentar os principais tipos existentes. Além disso, vamos falar sobre as suas vantagens para os clientes e para as equipes. Aqui, você vai descobrir detalhes sobre scrum, lean, Kanban, Smart e vai entender como usar cada um deles nos projetos da sua empresa.
Como surgiram e para que servem os métodos ágeis?
Com sua origem datada em meados dos anos 1990, o conceito de Agile não demorou a ser difundido entre os especialistas, o que resultou na criação de diferentes modelos que dão suporte à gestão de projetos. A razão pela qual sugiram os métodos ágeis é fazer frente aos modelos tradicionais, apontados como lentos e burocráticos, com o objetivo de reduzir o ciclo de desenvolvimento em semanas ou meses — nos modelos “conservadores”, esse ciclo pode durar anos.
Vale destacar que o termo “projetos”, no universo do desenvolvimento de software, de acordo com o PMBoK (Project Management Body of Knowledge), significa “esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”.
Portanto, partindo do princípio de que os projetos têm início e fim definidos, e que eles são planejados e desenvolvidos em etapas, algumas das principais características — além da agilidade — dos métodos ágeis são:
- processo incremental (quase uma antítese do tradicional modelo de cascata);
- colaboração do cliente;
- adaptabilidade (cada projeto está sujeito a passar por várias modificações);
- simplicidade;
- feedback constante;
- equipes pequenas (mas com alto nível técnico) etc.
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Quais são os principais tipos de métodos ágeis?
Daqui em diante, abordaremos brevemente os principais métodos ágeis aos quais a sua equipe pode aderir (FDD, XP, MSF, DSDM e Scrum). Vale salientar que não há a “melhor metodologia”, mas a solução mais adequada dentro do contexto da empresa.
Então, sem mais delongas, vamos a elas!
Feature Driven Development (FDD)
Criado em Cingapura, entre 1997 e 1999, o FDD é um método ágil que reúne as melhores práticas de outros métodos, como o Coad. A sua premissa básica tem o foco em funcionalidades, o que permite à equipe do projeto fazer um planejamento incremental, isto é, por fases.
Esse tipo de atuação ajuda a dar agilidade ao desenvolvimento de soluções em ambientes de extrema incerteza, nos quais as mudanças são inevitáveis. A programação por FDD começa com a visão global do negócio, já que esse método considera a soma de tudo mais importante de cada uma das partes separadamente.
Então, passa-se para o detalhamento do produto, com a subdivisão por áreas a serem modeladas, culminando na descrição de cada funcionalidade. Por se tratar de uma ferramenta com foco no desenvolvimento — assim como o XP, que veremos a seguir —, o FDD pode ser perfeitamente integrado ao Scrum, outro método ágil muito usado que também tem foco no planejamento e na execução do projeto.
Assim como os demais métodos ágeis, o FDD também apresenta melhores práticas que visam criar o ambiente ideal para o desenvolvimento de projetos. São elas:
- desenvolvimento por funcionalidades;
- um único programador é responsável pela funcionalidade desenvolvida;
- controle de qualidade em todas as fases do projeto;
- gerenciamento de configurações;
- integração contínua das funcionalidades;
- planejamento incremental;
- teste de software.
eXtreme Programming (XP)
Também criado na década de 1990, o eXtreme Programming, chamado de XP, é um método ágil com foco no desenvolvimento de softwares com base em três pilares: agilidade no desenvolvimento da solução, economia de recursos e qualidade do produto final.
Para chegar à excelência nos serviços prestados, uma equipe XP deve se basear em valores, isto é, um contrato de atitudes e comportamentos que levam ao sucesso. Esses comportamentos e atitudes norteiam as ações da equipe XP em cada atividade a ser desempenhada, garantindo a integração e a sinergia necessárias para o bom desempenho. No caso, esses valores são:
- comunicação;
- simplicidade;
- feedback;
- coragem;
- respeito.
Além dos valores, o método ágil XP também considera as melhores práticas de trabalho, que têm como objetivo garantir a efetividade da equipe XP, assim como a satisfação do cliente, durante todo o processo de desenvolvimento. São elas:
- cliente sempre à disposição;
- uso de metáforas;
- reuniões de planejamento (planning game);
- reuniões diárias, de 15 minutos, para alinhamento (stand up meeting);
- integração contínua dos módulos desenvolvidos;
- mudanças incrementais;
- entregas frequentes ao cliente (small releases);
- design simples e funcional;
- testes de aceitação;
- refatoração (refactoring) ou melhoria contínua.
Microsoft Solutions Framework (MSF)
O MSF é um dos métodos ágeis mais usados por se destinar ao desenvolvimento de soluções tecnológicas por equipes reduzidas, com foco na diminuição de riscos para o negócio e no aumento da qualidade do produto final.
O propósito é identificar as falhas mais comuns em projetos de tecnologia, mitigando-as e aumentando as taxas de sucesso de cada iniciativa. Dessa forma, assim como o Scrum, o MSF tem mais foco na gestão de projetos que no desenvolvimento da solução em si. As suas premissas são:
- alinhamento da tecnologia desenvolvida com os objetivos de negócio do cliente;
- escopo bem estruturado e detalhado;
- desenvolvimento iterativo;
- gerenciamento de riscos;
- agilidade na resposta a mudanças.
Assim como os outros métodos ágeis, o MSF também tem melhores práticas que devem ser observadas pela equipe para atingir os níveis de excelência buscados:
- comunicação aberta e transparente entre todos os envolvidos;
- visão compartilhada do negócio;
- equipe capacitada;
- atribuição de papéis e responsabilidades desde o início do projeto;
- entregas incrementais;
- flexibilidade para mudar sempre que necessário;
- qualidade das entregas;
- aprendizado constante com as experiências adquiridas;
- parceria com clientes internos e externos.
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Dynamic System Development Model (DSDM)
O DSDM é um dos métodos ágeis mais antigos empregados não só no desenvolvimento de projetos como no meio tecnológico. Um tanto diverso dos demais métodos ágeis, ele é destinado ao desenvolvimento de projetos com orçamento fixo e prazos curtos, considerando que o cliente não tem como saber quanto custará a solução final.
Entre as suas melhores práticas estão o desenvolvimento incremental e iterativo, a colaboração entre cliente e equipe, além da integração de funcionalidades, o que também vemos nos demais métodos ágeis.
Vale ressaltar que o DSDM diverge dos demais métodos ágeis tanto em sua estrutura — que é composta por processos interligados de modelagem, concepção, construção e implementação — como na gestão do tempo — que não é flexível, até permitindo que as funcionalidades mudem, mas desde que os prazos de execução continuem os mesmos.
Scrum
Esse é, sem dúvidas, o método ágil mais usado nos dias de hoje, principalmente porque pode ser integrado a outros métodos ágeis com facilidade, aplicando-se não só ao desenvolvimento de softwares como a qualquer ambiente de trabalho.
Com foco na gestão de projetos, o Scrum tem como base o planejamento iterativo e incremental, que se dá, conforme já explicado, pelas reuniões conhecidas como Sprints — dessa vez, abordaremos o conceito em detalhes. Ele reitera, desde o início do projeto, a lista de funcionalidades a serem desenvolvidas — prática também chamada, no caso, de product backlog.
No andamento do processo, cada funcionalidade se torna um Sprint, cujos detalhes a serem criados e desenvolvidos passam do product backlog para o Sprint Backlog. Do Sprint Backlog, as atividades são distribuídas entre os membros do Scrum Team, que devem desenvolvê-las dentro de um prazo, que geralmente não leva mais de quatro semanas.
Ao fim de cada Sprint é feita a Sprint Review Meeting, uma reunião de alinhamento sobre o que foi entregue. A partir daí, começa-se a planejar o próximo Sprint. Essas etapas acontecem sucessivamente até que o produto final esteja pronto para a entrega. Diferentemente dos demais métodos ágeis, o Scrum tem papéis muito bem definidos e absolutamente essenciais para o sucesso do projeto:
- indivíduos e interação mais que processos e ferramentas;
- software em funcionamento mais que documentação;
- colaboração com o cliente mais que contratos e negociações;
- respostas a mudanças mais que planejamento.
Lean
Essa ferramenta ágil, normalmente, é usada pelas startups, porque maximiza o valor para os clientes e minimiza os gastos desnecessários pela redução do uso de recursos. Ele valida hipóteses e ideias referentes ao desenvolvimento de produtos e soluções, além de fazer a identificação e a eliminação dos desperdícios na execução de projetos.
O Lean oferece aos colaboradores um fluxo de trabalho compreensível e claro, com a localização de gargalos e entregas rápidas. Portanto, gera economia para os empreendimentos, tornando-os mais competitivos e propiciando o gerenciamento inteligente do setor financeiro. Observe alguns princípios dessa metodologia:
- amplificar o aprendizado;
- construir qualidade;
- eliminar o desperdício;
- decidir o mais tarde possível;
- empoderar o time;
- entregar o mais rápido possível;
- otimizar os processos.
O método se baseia em 3 passos, que são: construir, medir e aprender. Trata-se, ainda, de uma filosofia de gerenciamento que tem a finalidade de alcançar um desenvolvimento eficiente e enxuto com o investimento mínimo de tempo possível. Dessa forma, reduz complexidades, combate excessos, otimiza resultados e elimina possibilidades de problemas.
Kanban
O Kanban conta com um sistema intuitivo e fácil, cujo diferencial é a visibilidade das tarefas feitas pelas equipes responsáveis pelos projetos. É uma excelente opção para os profissionais que trabalham com checklists, visto que é fácil de aplicar e bastante simples, com foco em fluxos de trabalho. O método divide as tarefas em 3 etapas ou cartões:
- to do ou tarefas a serem feitas;
- doing ou o que já é feito;
- done ou aquelas que já foram entregues e finalizadas.
Os cartões com as demandas dos projetos podem ser colocados em um quadro digital ou físico em forma de colunas. Para que a ferramenta funcione de maneira apropriada, os colaboradores terão que estar engajados, pois ela exige acompanhamento contínuo e atualização constante das demandas efetuadas nos registros.
Apesar de não ser exatamente uma metodologia, o Kanban organiza o trabalho sem descrever de que forma as tarefas serão executadas. É um sistema de gestão de projetos que aponta status em quadros e, de forma resumida, mostra o que se tem a fazer, o que é feito no momento e aquilo que está pronto para possibilitar o controle visual.
O gerente de projetos faz a limitação das tarefas que progridem, mas na coluna daquelas que são executadas serão colocadas somente 5 que estejam em andamento. Quando uma atividade é concluída, outra nova poderá ser iniciada com o uso apenas dos recursos indispensáveis para a diminuição dos custos.
A separação precisa e a visualização clara das tarefas permite a aplicação dos recursos de modo inteligente. É a visão organizada do projeto que possibilita ao gestor e a sua equipe a divisão das atividades em partes, bem como a seleção das prioridades e a eliminação daquelas que não agregam pontos positivos aos resultados.
Scaled Agile Framework (SAFe)
Proporciona o fornecimento de mais recursos em menos tempo, tendo em vista que foi projetado para facilitar a expansão do desenvolvimento ágil nas corporações. O SAFe permite que o XP e o Scrum sejam usados em grandes empresas para gerenciar tarefas em ambientes que tenham vários desenvolvedores interligados.
Esse método ajuda a gerenciar, de maneira eficaz, os projetos quando as corporações precisam aprimorar suas ofertas para os clientes e melhorar a sua posição no mercado. Para isso, é necessário fazer alguns passos importantes, tais como:
- exibir o modelo ágil em vários ambientes e ouvir os colaboradores sobre os motivos que impedem o surgimento dos efeitos almejados;
- selecionar mentores que instruam as equipes e expliquem os erros geralmente praticados, para a construção do sucesso;
- fazer avaliações periódicas de produtos e negócios com os gerentes;
- alinhar o desenvolvimento dos produtos com os objetivos do negócio para obter transparência nos feedbacks.
O Scaled Agile Framework eleva as capacidades e os recursos dos empreendimentos, reduzindo o número de colaboradores. Além do mais, permite que os times mantenham o foco na entrega de produtos e na criação de soluções inovadoras, ainda antes que sejam demandadas pelo mercado. As equipes conseguem cumprir as suas demandas ao mesmo tempo que atendem às exigências do público.
O SAFe tem características interessantes, já que conta com funções diferenciadas para organizações maiores. A sua metodologia é escalável e engloba gestores, sistemas, analistas de negócio e gerentes em uma única estrutura. Por outro lado, a ferramenta é sofisticada e gratuita, você não precisará comprar uma licença e nem pagar mensalidades. Confira outros aspectos relevantes:
- aprendizagem rápida das equipes;
- diagrama The Big Picture mostra como funciona o fluxo, as atividades e os papéis;
- escala empresarial dividida em 3 níveis, conhecidos como gerencial, estratégico e operacional;
- unificação de metodologias ágeis conhecidas no mercado;
- certificações e consultores capacitados disponíveis.
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Vale destacar que o método refina as funcionalidades e a estrutura dos projetos, de modo que eles se tornem sustentáveis e sem restrições técnicas. Várias ferramentas inovadoras podem ser usadas para manipular os itens de backlog do SAFe e controlar Sprints, por exemplo, o conjunto de recursos Rational Team Concert (RTC).
Smart
A Smart é útil para que metas realistas e objetivas sejam traçadas pelos empreendedores para as empresas. A ferramenta é baseada em 5 princípios que foram distribuídos de acordo com as letras que formam a sua denominação. Achou interessante? Então, confira abaixo:
- S (Specific) – as metas devem ser específicas e claras, sem margens para interpretações;
- M (Measurable) – as metas devem ser mensuráveis em números exatos, para avaliar a eficácia dos processos;
- A (Attainable) – os desafios devem ser criados para as equipes com metas atingíveis e visão realista;
- R (Relevant) – as metas precisam ser relevantes e gerar impactos para obter resultados;
- T (Time-related) – os prazos devem ser definidos para o alcance das metas de maneira que os colaboradores aumentem o foco e evitem procrastinação.
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