Falta de empregos na pandemia causa alta no empreendedorismo

A falta de vagas de trabalho obrigou milhões de brasileiros a abrirem seus próprios negócios nos últimos anos. Uma pesquisa constatou que 67% dos microempreendedores tinham empregos com e sem carteira assinada antes de se formalizar como MEI em 2022 – em 2019 foi de 63%, alta de quatro pontos percentuais em relação à pandemia. 

Com  a dificuldade de restabelecer os contratos oficiais em meio à incerteza do mercado de trabalho, muitos brasileiros encontraram uma forma de se comprometer a pagar suas contas, ficando dentro do orçamento. O sonho de ser o chefe pode até ter sido levado em conta, mas a real consideração é a necessidade. 

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Em 2020 e 2021, quase metade dos novos negócios surgiram por falta de opções – cerca de 14 milhões de brasileiros não encontraram outra alternativa. O chamado empreendedorismo por necessidade estava em um patamar mais alto do que em 2015 e 2016, quando o país enfrentava uma recessão. Os dados são de uma pesquisa inédita do Sebrae, que traça um retrato das micro e pequenas empresas no Brasil. 

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a pandemia facilitou esse aumento do empreendedorismo por necessidade. O número de empresas sem empregados aumentou em 8,6%, mais que o dobro do aumento registrado entre as empresas nacionais que estão em atividade. 

Os dados constam do Cadastro Central de Empresas (Cempre) e indicam que o país encerra 2020 com cerca de 5,4 milhões de empresas ativas, quase 195 mil a mais que em 2019, respectivamente, com aumento de 3,7%. 

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Outro sinal de que o empreendedorismo se tornou uma emergência é a idade das pessoas que se tornaram patrões: 30% são jovens, com até 30 anos. 

O empreendedorismo ainda é marcado  por investimentos por necessidade e falta de outras oportunidades no mercado de trabalho. A pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2021 mostra que quase metade dos novos negócios no país são abertos ou mantidos com essa motivação. 

GEM é uma pesquisa realizada em 50 países e coordenada pelo Sebrae no Brasil. O país participa da pesquisa desde 2002.

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